sábado, fevereiro 26, 2005
180 - Dois Inquéritos de circunstância
Sempre que posso...
[Nelson de Matos] …procuro não responder a estes inquéritos.
Um defeito que eu tenho é...
[Nelson de Matos] …praticar uma forma de humor negro e pela negativa a que os meus amigos quase sempre reagem mal. Eu próprio reconheço que provoco com isso alguma conflitualidade…
Desconfio que a minha maior qualidade é...
[Nelson de Matos] … a força e a determinação – tu não tens força para a força que tens, dizia amiúde a minha amiga Maria Velho da Costa…
Tenho a mania de...
[Nelson de Matos] …que consegui ser um bom Editor, que fiz bem esse trabalho. Durante alguns anos cheguei mesmo a ser o editor e proprietário da Grande Reportagem, que consegui fazer reviver... – lembram-se ?
O maior erro da minha vida foi...
[Nelson de Matos] …confiar demasiado em alguma gente que se disse minha amiga…
Gostava de ser parecido com...
[Nelson de Matos] … o Bogart, na perspectiva de início daquela bela amizade…
Mandasse eu no mundo e...
[Nelson de Matos] … eu ? sozinho ? odeio ditaduras… sejam elas quais forem…
Tenho-me esquecido de...
[Nelson de Matos] … às vezes… dar aos amigos verdadeiros tudo o que julgo que merecem…
Temo bem que...
[Nelson de Matos] … tenha sido injusto mais vezes do que aquelas que imagino…
Gostaria de ter coragem para...
[Nelson de Matos] … tenho normalmente… acho que a coragem, felizmente, nunca me faltou…
Já não há pachorra para...
[Nelson de Matos] …pedantes e fala-baratos, traidores e mentirosos, aldrabões e vigaristas dos sentimentos…
Se há coisa que me enfurece...
[Nelson de Matos] …é um mentiroso dos sentimentos. Aquele tipo que nos põe o braço por cima sem que isso signifique nada…
Não consigo mesmo resistir a...
[Nelson de Matos] …a uma meiguice, um sorriso de ternura ou uma brincadeira dos meus netos…
Fico embaraçado sempre que...
[Nelson de Matos] … me fazem elogios que eu acho que não mereço inteiramente…
Comovo-me facilmente quando...
[Nelson de Matos] … fico diante da generosidade de carácter
Desato a rir quando...
[Nelson de Matos] … me tentam enganar como se eu fosse um tolo…
A maior alegria que me podiam dar era...
[Nelson de Matos] … era só a vida eterna; deixar-me ficar esquecido, ao sol, diante do mar...
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
179 - CESÁRIO VERDE
No dia em que se completam 150 anos do nascimento do
Poeta.Bom trabalho do diário Público
de hoje.Mas também têm aqui
excelente informação.
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
178 - Guillermo Cabrera Infante
Morreu ontem em Londres Guillermo Cabrera Infante, aos 75 anos, vitima das consequências de um vulgar acidente doméstico.
Reparo que, para além da admiração pela sua obra, a ele me ligam alguns pormenores biográficos.
"Três Tristes Tigres", um dos seus romances mais importante e inovador, foi publicado por mim, na Arcádia, no início dos anos 70 - já não recordo exactamente a data. Creio que foi o seu primeiro livro publicado em Portugal. Tradução excelente de Teixeira de Aguilar (que por essa altura traduzia os mais importantes sul-americanos, Garcia Marquez, Vargas Llosa, etc.), design e capa de Luis Duran.
Foi o primeiro livro da minha vida de editor... claro que não foi grande sucesso por essa altura, mas não me arrependo da decisão.
Continuei depois a publicar Cabrera Infante na Dom Quixote, "Mea Cuba", "La Habana para un Infante Defunto", "É Tudo um Jogo de Espelhos", a reedição dos "Tigres...", etc.
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
177 - MANUEL GUSMÃO
- "Caro Nelson,
Obrigado, pelos parabéns e pelo texto. O nome do autor não me incomoda, não. Não fui seu leitor assíduo, mas não por preconceito, sim porque as minhas necessidades andavam por outros lados. Há até na "Aparição" uma pequena alusão ou narrativa, já nao me lembro, que fez parte da minha formação ético-política, imagina. Falhei-o como professor em Évora e vim mais tarde a ser "colega" dele quando em 70/71 dei aulas no Camões antes de ir para a Faculdade. Encontrei-o a última vex numa sessão de apresentação de um livro da Gabriela LLansol em que ambos falámos. Ele foi aliás muito simpático e ficou curioso com o que eu tinha dito. E foi engraçado, porque o que ele tinha apresentado como perplexidades suas com a obra dela eram em parte os motivos pelos quais a escrita dela me fascina.
O que me sinto é excessivamente premiado, como se pensassem que estou para morrer. E por vezes penso nos prémios que um homem como o Óscar Lopes não ganhou. Mas, enfim, este é da univ. da minha pequena pátria, fiquei espantado porque é para a obra (eu já tenho obra?!), mas lá aceitei.
Um abraço
do Manuel Gusmão"
176 - THE DAY AFTER
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
175 - FECHADOS PARA REFLEXÃO
174 - Zita Seabra sai da Bertrand
Notícia conhecida desde há muito mas que o diário Público só ontem publicou.
Aqui se regista.
173 - NOTÍCIAS DAS EDIÇÕES AMBAR
172 - CORRENTES D' ESCRITAS
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
171 - MARCELO, COMENTADOR ISENTO
domingo, fevereiro 13, 2005
170 - ARQUIVO FOTOGRÁFICO, 1

Verão de 1968, Fontanelas, casa de Vergílio Ferreira, da esquerda para a direita, Vergílio Ferreira, Serafim Ferreira, Eduardo Lourenço, eu, António Ramos Rosa.
169 - PORTUGAL A CANTAR...
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
168 - CASO FREEPORT DE ALCOCHETE
Processo alegadamente envolve o líder do PS
Paulo Portas não comenta caso Freeport de Alcochete (11/02 16:18)
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, recusou-se hoje a comentar a alegada investigação da Polícia Judiciária a José Sócrates, por "respeito ao Estado de Direito", sublinhando que o CDS "faz uma campanha de causas e não de casos".
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
167 - Entrevista ao JN - Porto 16.12.2004
Entusiasmado com projecto editorial da Ambar, Nelson de Matos elege a literatura portuguesa e ensaios como maiores apostas. Antigo editor das Publicações Dom Quixote aponta 2006 como ano da mudança.
Durante mais de duas décadas, foi um nome indissociável das Publicações Dom Quixote, construindo o mais relevante catálogo de autores nacionais. Consumada a saída pouco pacífica da editora, agora detida pelo poderoso grupo espanhol Planeta, Nelson de Matos abraçou um novo projecto na direcção da Ambar, quando já poucos julgavam possível.
O desafio é grande. "Está quase tudo por fazer", sublinha o carismático editor, que elege a liberdade editorial ao seu dispor como o factor decisivo para ter respondido favoravelmente ao convite.
"As alterações que tenciono introduzir não serão visíveis no imediato, porque há uma série de compromissos já estabelecidos para o próximo ano. Por isso, 2006 será, em princípio, o ano da mudança", diz.
Criar uma continuidade na linha editorial da Ambar é o objectivo que tem em mente, embora reconheça que "a literatura não é o principal segmento de negócio da empresa portuense, mas antes uma afirmação da sua imagem".
A forte amizade que o une a alguns dos principais romancistas portugueses contemporâneos - de António Lobo Antunes a Lídia Jorge e Inês Pedrosa - logo fez levantar a hipótese de vários dos actuais pesos-pesados da literatura poderem vincular-se à Ambar. Avesso a polémicas, Nélson de Matos recusa-se a falar em nomes, mas adianta que "irei dar aos autores portugueses um espaço determinante".
A aposta não irá passar forçosamente pelos consagrados, já que o editor, fiel aos seus princípios, está empenhado "na descoberta de novos autores". Mas a possibilidade de vir a trabalhar novamente com autores que lhe dizem bastante, em termos literários e pessoais, mantém-se. "Se desenvolvermos um trabalho eficaz, é possível que um ou mais romancistas consagrados se sintam seduzidos a trabalhar connosco", afirma.
As relações de afecto construídas com os autores não surpreendem, se constatarmos que, para Nélson de Matos, "a tarefa do editor não se resume à edição de livros". Com a despersonalização crescente do meio, cada vez menos propenso a contactos pessoais, diz ter noção que "pertenço a uma escola de editores em via de extinção", mas considera "inevitáveis as mudanças registadas".
Além da literatura, Nélson de Matos planeia ainda devotar grande atenção à área do ensaio: "Das universidades às empresas, é possível dar voz a um grande número de especialistas, porque há um défice de publicações nessa vertente".
"Os autores portugueses vão ter um papel determinante no catálogo da Ambar"
terça-feira, fevereiro 08, 2005
166 - BRÉTEMAS
sábado, fevereiro 05, 2005
165 - SOCRATES e SANTANA na TV
Ninguém sabe o que dizer, ninguém tem valores e ideias para defender, ninguém tem soluções pensadas para os problemas, ninguém estudou coisa nenhuma, ninguém sabe, a sério, nada de nada.
"O inglês para todos" – leio num cartaz de propaganda,
O inglês ?!!? - quando não se disse ainda uma palavra sobre o português ?
Vamos pensar em inglês, daqui para a frente ? - dado que, como dizia o linguista Èmile Benveniste, não é possível falar em pensamento sem ter por base o domínio de uma língua