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sábado, novembro 25, 2006

 

AINDA A FESTA DA MÚSICA

O VOLUME DE NEGÓCIOS DA CULTURA EUROPEIA TEM MAIS PESO NO PIB QUE O SECTOR AUTOMÓVEL - noticiava destacadamente, na primeira página, o Público de 16.Nov.2006.

Em Portugal o sector cultural contribui 1,4% para o PIB, logo a seguir aos produtos alimentares, bebidas e têxteis.

Retiro do texto (não consigo fazer link) alguns outros números, confiadamente, dado tratar-se de um estudo encomendado e divulgado pela Comissão Europeia:

5.885 milhões de pessoas trabalhavam, na Europa dos 25, neste sector, em 2004, o que representa 3,1% do total de empregos europeus;
115.800 pessoas trabalhavam no sector em Portugal, no mesmo período, representando 2,3% do total de empregados do país;
654 mil milhões de euros foi o volume de negócios do sector, na Europa, em 2003;
12,3% a taxa de crescimento, relativamente à da restante economia;
1,8% a taxa de crescimento… do emprego;

Em Portugal, no recente Congresso dos Editores Portugueses divulgaram-se alguns outros números - apesar da sempre sublinhada ausência de estatísticas credíveis nesta área.
Que o volume de negócios do sector (incluindo a área escolar) representaria actualmente um valor próximo dos 500 milhões de euros - o que quer dizer que o Estado arrecada, só de IVA, apenas nesta área, algo parecido com 25 milhões de euros. Se somarmos ao valor deste imposto o IRC pago pelas empresas, o IRS recolhido dos mais de 3.000 trabalhadores do sector, do volume actual dos direitos dos autores, das remunerações dos tradutores, revisores, desenhadores, designers, etc., teremos uma noção abreviada do peso do sector da edição enquanto contribuinte líquido. E se a isto juntarmos a áreas adjacentes como o sector gráfico industrial, o do papel, livreiros, transportadores, distribuidores, logistas…etc….

Apesar de tudo isto não houve dinheiro suficiente para que se pudessem evitar os cortes orçamentais no programa do CCB, para que se mantivesse um projecto que já estava lançado e rodado, com investimendos feitos em anos anteriores que não deveriam ter sido tão levianamente desperdiçados: a Festa da Música. Que já tinha o seu espaço próprio, que certamente teria condições para conquistar e seduzir apoios complementares. Com um poucochinho mais de trabalho e empenho.
Estranho, não é?
E deixamos assim as coisas como estão, como se o seu desaparecimento fosse irremediável, como se nos tivesse cabido em sorte que fosse sempre assim.
Não terá havido por aqui alguma birra entre as diversas entidades e pessoas envolvidas ?
Como é costume...

Comments:
Estranho ?,Birra ?.
Estranho não é.São as nossas elites, seja a que nível for,assim que se veêm com alguma dose de poder de decisão, já não sabem fazer mais nada senão satisfazer até á morte o ego, mesmo que atinja o obsidade e expluda antes do tempo.
E eu que até nem sou de Lisboa, e que nunca fui á Festa da Música, mas que não tenho dúvidas, nenhumas, da importância que pode ter um evento com esta dimensão.
E tambem não tenho dúvidas do efeito que teria para gerações vindouras na sua vida activa, mais até do que para as actuais.
 
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