segunda-feira, setembro 10, 2007
BERTRAND EM GUERRA COM EDITORAS
- Bertrand em guerra com grandes editoras
Livros retirados das 48 lojas provocam queda de 40% nas vendas - A Bertrand está em conflito com a D. Quixote, Porto Editora, Gradiva, Verbo, Lidel e ECL, que recusaram uma subida de 4% a 6% nas margens de distribuição. O director-geral, António Pinheiro, considera que “a situação é perfeitamente normal e todos os anos o objectivo da Bertrand é aumentar as suas margens”, mas fontes do sector sugerem que a intenção deste braço-de-ferro “é fragilizar as editoras portuguesas para serem compradas por estrangeiros”. Guilherme Valente, editor da Gradiva, confia que a empresa “afinará rapidamente os seus métodos, trazendo ao sector da edição um contributo positivo”.
A situação tem a sua gravidade, convenhamos, dentro de um sector com conhecidas debilidades. De modo algum se pode considerar uma "situação perfeitamente normal", como diz o responsável da Bertrand. Além disso, a lista das editoras em conflito, indicada pelo Expresso, está bastante incompleta necessitando ser acrescentada (julgo faltar, por exemplo, a editorial Presença); por outro lado, não parece sensato que uma empresa decida "estrangular" os seus principais fornecedores, num só ano, sem negociações adequadas, com uma tão significativa tentativa de aumento das suas margens. Sobretudo nesta época do ano, face ao período mais forte de lançamento das novidades editoriais. O resultado, claro, foi a suspensação de fornecimentos, a falta de livros nas livrarias, a queda de vendas mencionada pelo Expresso, uma situação de desconforto que se estendeu pelo sector.
Como se sabe, a Bertrand, com novos proprietários, integrada num novo grupo de empresas, está actualmente num processo de reorganização da sua gestão. Esperemos que, como sugere o editor Guilherme Valente, citado pelo Expresso, a empresa "afine rapidamente os seus métodos", trazendo ao sector da edição o valioso contributo e a posição impar que lhe concedem as suas 48 lojas de venda de livros.
Acompanhemos a evolução desta situação.
Por outro lado, a lista está, de facto, bastante incompleta, pois recordo-se de mais editoras de média dimensão que cortaram relações com a Bertrand, como todo o grupo Almedina.
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